Quando a vida nos leva ao final de um ciclo, nada nos resta a não ser juntar os trapos e recomeçar tudo de novo. Essa nova jornada, quando ansiada, vem repleta de grandes esperanças e espírito aventureiro. Porém, no mais das vezes é feita a contragosto e tendemos a empreendê-la deprimidos, desiludidos, derrotados e culpados. Frequentemente chegamos à hora derradeira absolutamente contrafeitos e se torna impossível vislumbrar a luz oculta no fim das coisas. No entanto, o famoso escritor Yamamoto Tsunetomo, afirmava solenemente em seu Hagakure: “O fim de todas as coisas é importante”.
Essa idéia fazia parte do código de conduta do Samurai e ainda assim era preciso uma vida toda de treinamento para absorver seu verdadeiro significado... Mas como aceitar o fim, principalmente quando se trata do fim de algo muito querido e desejado? Como deixar ir o que tem que ir e assumir que é chegada a hora de tomar um outro rumo? E, o mais importante, como terminar um ciclo sem perder-se a si mesmo?
Talvez o ponto chave seja buscar a capacidade de iniciar a nova etapa de dentro para fora, isto é: centrar-se, descobrir o que realmente nos pertence e aquilo que pegamos emprestado ao longo do caminho, reconhecer o próprio valor e separá-lo da loucura alheia. Essa redescoberta de si mesmo encontra eco nas antigas Jornadas Místicas Celtas. Nos Echtrai o herói percorre, segundo a autora Caitlín Mattews, a sua própria “cosmologia interna” e aos poucos e através de desafios vai descobrindo sua verdadeira essência. Se o protagonista respeitar os limites do Outro Mundo e retirar dele apenas aquilo que é seu por direito, será capaz de voltar dos mares interiores vitorioso e pleno em sabedoria.
Para os Celtas, só era possível alcançar Tír na nÓg (a Terra dos Sempre Jovens) ou Mag Mell (a Planície da Alegria), se o empreendedor da viagem ao Outro Mundo fosse capaz de identificar os seres que habitavam suas inúmeras ilhas e de assimilar seus ensinamentos muitas vezes difíceis e cheios de perigos. Em muitas das ilhas, o viajante corria o risco de se perder em encantos e ilusões ou de beber de néctares que o tornariam inconsciente ou que o fariam se deixar ficar. Era impressindível que o herói soubesse reconhecer as dádivas do Outro Mundo e que só tocasse e consumisse aquilo que fora destinado a ele.
Assim ocorre conosco, precisamos percorrer nosso interior para descobrirmos o que realmente é nosso e nos desfazermos daquilo que não nos pertence. Só assim seremos capazes e teremos forças para voltar ao mundo externo e enfrentarmos o dia a dia e os novos obstáculos e ciclos que invariavelmente surgirão em nossas vidas. Como diria o velejador brasileiro, vitorioso de vários Echtrai, Amyr Klink: “Um homem precisa viajar por sua conta. Não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para enteder o que é seu (...)”. Entendendo o que é nosso, não precisaremos mais buscar o que é do outro, teremos o coração leve e o espírito suave, e seremos capazes de iniciar um novo Echtrae, respeitando tudo o que é importante e sagrado em nós e nas outras pessoas. Poderá ocorrer de ficarmos completamente ensopados depois da aventura interior, porém, se conquistarmos a vitória, seremos dignos de caminharmos sob a luz desse mundo também!
Essa idéia fazia parte do código de conduta do Samurai e ainda assim era preciso uma vida toda de treinamento para absorver seu verdadeiro significado... Mas como aceitar o fim, principalmente quando se trata do fim de algo muito querido e desejado? Como deixar ir o que tem que ir e assumir que é chegada a hora de tomar um outro rumo? E, o mais importante, como terminar um ciclo sem perder-se a si mesmo?
Talvez o ponto chave seja buscar a capacidade de iniciar a nova etapa de dentro para fora, isto é: centrar-se, descobrir o que realmente nos pertence e aquilo que pegamos emprestado ao longo do caminho, reconhecer o próprio valor e separá-lo da loucura alheia. Essa redescoberta de si mesmo encontra eco nas antigas Jornadas Místicas Celtas. Nos Echtrai o herói percorre, segundo a autora Caitlín Mattews, a sua própria “cosmologia interna” e aos poucos e através de desafios vai descobrindo sua verdadeira essência. Se o protagonista respeitar os limites do Outro Mundo e retirar dele apenas aquilo que é seu por direito, será capaz de voltar dos mares interiores vitorioso e pleno em sabedoria.
Para os Celtas, só era possível alcançar Tír na nÓg (a Terra dos Sempre Jovens) ou Mag Mell (a Planície da Alegria), se o empreendedor da viagem ao Outro Mundo fosse capaz de identificar os seres que habitavam suas inúmeras ilhas e de assimilar seus ensinamentos muitas vezes difíceis e cheios de perigos. Em muitas das ilhas, o viajante corria o risco de se perder em encantos e ilusões ou de beber de néctares que o tornariam inconsciente ou que o fariam se deixar ficar. Era impressindível que o herói soubesse reconhecer as dádivas do Outro Mundo e que só tocasse e consumisse aquilo que fora destinado a ele.
Assim ocorre conosco, precisamos percorrer nosso interior para descobrirmos o que realmente é nosso e nos desfazermos daquilo que não nos pertence. Só assim seremos capazes e teremos forças para voltar ao mundo externo e enfrentarmos o dia a dia e os novos obstáculos e ciclos que invariavelmente surgirão em nossas vidas. Como diria o velejador brasileiro, vitorioso de vários Echtrai, Amyr Klink: “Um homem precisa viajar por sua conta. Não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para enteder o que é seu (...)”. Entendendo o que é nosso, não precisaremos mais buscar o que é do outro, teremos o coração leve e o espírito suave, e seremos capazes de iniciar um novo Echtrae, respeitando tudo o que é importante e sagrado em nós e nas outras pessoas. Poderá ocorrer de ficarmos completamente ensopados depois da aventura interior, porém, se conquistarmos a vitória, seremos dignos de caminharmos sob a luz desse mundo também!
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