domingo, 7 de março de 2010

"Mesmo que procure não existe.
Não há nada a fazer, nada a encontrar
A não ser aquecer-me sozinho.
Queimo meu corpo
Faço luz em volta de mim."
JUKICHI YAGI*

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*"There is nothing to be found,
even if I search.
There is nothing to do
but to warm myself on my own.
There is nothing to do but to burn my own body
and light the place around me"
JUKICHI YAGI

ANAMCHARA

"Il y a toujours quelque chose d'absent qui me tourmente."
CAMILLE CLAUDEL

Assim como Camille, todos nós mais cedo ou mais tarde sentimos a ausência de algo inidentificável. Tal falta nos atormenta veementemente. No entanto, como podemos ansiar por uma coisa que não conhecemos, que nem sabíamos possível existir, quanto mais que a havíamos perdido? O que seria essa ausência de algo que não se sabe o que é? E o pior, capaz de nos trazer um sentimento de dor “na alma”, uma dor espiritual que não cessa nem diminui. Muito pelo contrário, com o passar dos anos, se ousarmos não dar-lhe atenção, ela toma conta de todo nosso ser. Então, o que é isso, esse algo tão importante que nos falta?
Para os antigos celtas da Irlanda a existência era indescritivelmente mais difícil sem a presença de um “anamchara”, ou seja, de um “amigo da alma”, um confidente. Aquele com quem poderíamos contar nas horas difíceis, assim como nos momentos de extrema felicidade. A necessidade de ter alguém para partilhar as dores e alegrias desse mundo sempre nos levou a arriscar muito. E, se por ventura não encontramos uma pessoa honrada e verdadeira, corremos o risco de perder tudo, inclusive a nós mesmos. Quantos não se envolveram com o que acreditavam ser sua “alma gêmea” só para encontrar desolação e mais carência depois? Quem nunca depositou toda espécie de confiança em um amigo e se decepcionou? Porque sempre buscamos esse “algo que nos falta” em pessoas tão humanas quanto nós e, por isso mesmo, passíveis de falhas e imperfeições? Não que não devamos ter amigos e pessoas especiais às quais podemos partilhar nossas vidas e buscar orientação quando há inquietação e confusão. Mas quem sabe seria melhor seguir a orientação de Carl G. Jung quando diz que “quem olha para fora sonha; quem olha para dentro acorda”.
Consequentemente, não seria melhor buscar esse amigo dentro de nós mesmos? Quem saberia mais sobre nossos anseios do que o nosso “anamchara” interior? Que amizade poderia ser mais sagrada que aquela selada com nossa própria alma? Quanta coragem e humildade é preciso ter para parar de sonhar e finalmente acordar? Talvez não seja a vida quem nos magoa e nos parte o coração, quem sabe sejamos nós mesmos os responsáveis por todo o sofrimento que há sob a luz desse mundo...



sexta-feira, 5 de março de 2010

CELTIC OATH OF THE ELEMENTS

We will keep the faith until the sky falls upon us and crushes us
Until the earth opens up and swallows us
Until the seas arise and overwhelm us
Until it is the end for all of us
Yet it is only the beginning...
And fear doesn't belong here!