quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Priscila Jacewicz
O homem de coração triste que não bebe da fonte da vida
(2010)


sexta-feira, 23 de setembro de 2011


"Que todos os seres atinjam a felicidade, o contentamento e a realização. Que todos tenham paz, harmonia e bem-estar. Que todos estejam protegidos do mal e do medo. Que todos tenham aquilo que desejam, precisam e aspiram. Que todos sejam curados e resgatem sua totalidade. Que este planeta possa ser curado e se tornar inteiro. Que todos os seres sejam despertados, libertos e liberados. Que todos acordem do sono da ilusão. Que todos alcancem sua verdadeira natureza e despertem o Buda interior. Que todos possam, igualmente, usufruir, realizar e personificar a Grande Perfeição."
Oração Tibetana do Bodhisattva

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Jenny Mastin - Listening with your gut

SOBRE A BONDADE

A maioria das pessoas tem uma visão equivocada sobre a bondade. Acreditam que ser bom equivale a ser ingênuo, dócil, cordato ou até mesmo fraco. Porém só pensam assim porque nunca se colocaram à prova e experimentaram realmente ser bons. Aqueles que se arriscam no caminho do bem e perseveram, descobrem logo que não há como fazer isso sem antes assumir o enorme e doloroso trabalho de se conhecer a si mesmo.
O senso comum dá a entender que para ser bom é preciso abrir mão de todas as necessidades pessoais e se doar indiscriminadamente. Quem sabe esse seja o objetivo final, mas ninguém chega a esse último estágio sem antes ter sido bom para si mesmo, no sentido de se conhecer e de se respeitar profundamente. Identificar os próprios limites e aceitá-los até o ponto em que possam ser superados não é coisa fácil. As mulheres que o digam, afinal numa cultura em que as representantes do gênero feminino são vistas como “passivas”, “doadoras” e “amigas”, negar-se a estar sempre disponível é quase considerado crime!
Ser bom envolve o autoconhecimento e a sabedoria profunda que advém desse olhar interior. Não existe bondade sem amadurecimento emocional, não existe bondade sem a delimitação de fronteiras, não existe bondade sem a coragem para dizer não. Quem tem filhos conhece essa dor muito bem, afinal qual pai nunca bateu levemente em mãozinhas curiosas que queriam tocar a chama do fogão ou exigiu de um adolescente que cumprisse as regras para que no futuro não sofresse num mundo que não é complacente com ninguém?
Para ser bom é preciso investir muita energia, estar atento o tempo todo, consciente de si e do mundo e, principalmente, respeitar a verdade interior estando disposto a sacrificar o medo de ser rejeitado por não concordar com o outro. Viver conscientemente e no caminho do bem exige um esforço inacreditável que está muito longe da idéia de ingenuidade e fragilidade frequentemente associada às pessoas “boazinhas”.
Aqueles que ao longo da história da humanidade foram considerados santos, sob hipótese alguma podem ser chamados de fracos ou ingênuos. Afinal, quantos suportariam ver sua terra e sua gente usurpada e, mesmo assim, dedicariam sua existência a esclarecer seus opressores e a libertar as mentes de todos nós como Tenzin Gyatzo, o 14° Dalai Lama? É realmente possível acreditar que alguém assim é frágil e imaturo? Muito pelo contrário, pessoas como ele são verdadeiras fortalezas! São seres que percorreram um longo caminho de amadurecimento e de responsabilidade para consigo próprios e para com os outros, sem jamais permitir se colocar no papel de vítima, mesmo quando suas vidas estavam em risco.
Ser bom não significa aceitar tudo sem nunca questionar, pois o questionamento e a análise, baseados numa profunda verdade interna que advém de severa reflexão e observação, são fundamentais para se exercer a bondade. Para isso, antes de mais nada é preciso usar tal método analítico em nós mesmos, porque não adianta querer combater a escuridão do mundo se ainda nem conhecemos as nossas sombras pessoais. É inútil tentar suprir as carências alheias sem antes dar conta das próprias necessidades particulares e é impossível tentar ajudar os outros a viver suas vidas se não se tem coragem para viver a própria existência.
Só é realmente bom com o outro aquele que antes foi bom consigo mesmo, e é por isso que muitas vezes quando se trilha o caminho do bem é extremamente importante impor limites para que não se caia no risco de fazer ainda mais mal do que bem. Ser verdadeiramente bom exige percepção, consciência e responsabilidade pelos próprios atos, pois a cada ação realizada, movimentamos o universo todo ao nosso redor. Sem ter isso em mente, qualquer decisão pode ser muito mais nociva do que se poderia supor. E somente com o autoconhecimento, a experiência e a ponderação a respeito do que nos cerca é que adquirimos a sabedoria necessária para dizer “sim” ou “não” a determinada situação.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"Les moments de solitude sont un délice. Ils sont comme de la glaise donnée au potier pour en faire un ouvrage".*


Mattieu Ricard - Dialogue avec le Père Ceyrac - 3e Patie
http://www.matthieuricard.org/index.php/blog/
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*"Os momentos de solidão são uma delícia. Eles são como a argila dada ao oleiro para que faça o trabalho".