segunda-feira, 12 de julho de 2010

Jenny Mastin - Guardiã

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A NOITE DA ALMA

"Mesmo que procure não existe.
Não há nada a fazer, nada a encontrar
A não ser aquecer-me sozinho.
Queimo meu corpo
Faço luz em volta de mim."

JUKICHI YAGI

Há épocas em que a vida nos impõe limitações, criando impedimentos para qualquer tipo de ação e aparentando não nos deixar uma única saída a não ser nos aquietarmos e ficarmos imóveis, esperando que as coisas no mundo externo mudem e finalmente nos deixem agir.
Todos já passaram por uma limitação imposta pelo tempo ou pelas contingências do momento: a doença de um ente querido, o coração partido pela ausência do ser amado, a insatisfação na vida profissional, a incapacidade de perceber a própria vocação, a necessidade de permitir que os filhos adquiram independência e assim por diante.
Numa sociedade onde a ordem é “fazer acontecer” e “ter atitude”, aquietar a mente e aceitar limitações temporárias parece muito mais uma tortura do que a etapa de um processo natural. Nos esquecemos que os ciclos de vida-morte-vida permeiam a existência e seria muita ingenuidade acreditar que é possível estar sempre no controle dos acontecimentos.
Mas, porque é tão difícil “manter-se imóvel quando chega o momento de se manter imóvel, e avançar quando chega o momento de avançar” como aconselha o I-Ching? Porque sacrificar a vontade nos traz tanto sofrimento? O que nos impede de perceber a hora de parar de lutar e esperar que a transformação aconteça sem a nossa interferência? Como é difícil respeitar o tempo do mundo, o tempo do outro, o espaço sagrado de cada criatura!
Há situações em que a única coisa a fazer é se resignar com a “noite da alma”. De nada adianta permitir que a mente se desespere na busca insana por uma solução que não depende absolutamente de nossas ações e sim de nossa ausência. Fazem-nos acreditar que amar é estar presente e atuante, mas às vezes é exatamente o oposto. Amar pode ser também dar liberdade para que o outro encontre seu lugar e seu tempo, é respeitar a sua capacidade de confiar em si mesmo para chegar às próprias conclusões acerca de seus desafios pessoais. Às vezes amar verdadeiramente é simplesmente se retirar*... Às vezes é necessário fechar os olhos e se entregar à noite da alma, aguardando que a transmutação silenciosa ocorra enquanto nos consumimos a nós mesmos e criamos nada mais que a própria luz.
Mas é difícil, como é difícil...
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*Segundo Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face: "quem passa todo o seu tempo praticando o bem, não encontra tempo para ser bom! Não existe amor verdadeiro sem shabat, sem contemplação, sem o saber retirar-se", citado por Evaristo Eduardo de Miranda em Corpo - Território do Sagrado.

quinta-feira, 1 de julho de 2010


O SONHO

Se em tua alma há lugar para um bom sonho, sonha!
E não te falte mais um sonho dentro da alma...
Triste somente ao que é real se exponha,
Porque sofre e se aflige, e nunca mais se acalma!

Antonio Justa